terça-feira, 27 de março de 2007

Vende-se um sonho

À Procura da Felicidade (The Pursuit of Hapyness, 2006)
Dir: Gabriele Muccino
Cotação: 8/10


Hollywood é alvo freqüente dos críticos de cinema por sua ávida tentativa de vender sonhos. Para muitos, À procura da felicidade é apenas mais um filme que pega carona nessa “batida” fórmula hollyoodiana e se aproveita dos dramas humanos para sensibilizar. Entretanto, o filme supera o senso comum ao evitar cenas melodramáticas como as que sempre se espera de películas do gênero.

Will Smith é Chris Gardner, um vendedor de aparelhos hospitalares; casado e pai de um filho, ele vive um momento de crise financeira e pessoal. Frustrado não apenas pelos rumos que encara nos negócios, mas também porque acredita não ter oportunidades para mostrar todo seu potencial, Chris investe num estágio não-remunerado para tentar ser um corretor na bolsa de valores de Nova York. A partir daí ele encara os mais diversos desafios para conseguir o que almeja.

Apesar de viver várias situações adversas, Will (permitam-me a intimidade) dá ao personagem um tom real e palpável com o qual é impossível não se identificar, poupando-o de forma sábia de um mar de lágrimas ao qual poderia equivocadamente se submeter e tornando as cenas intensas e emotivas, mas sem exageros.

Dividindo a cena com o pai (no filme e na vida real) aparece Jaden Smith, que encanta com seu jeito mais criança e menos ator de interpretar. A relação de Chris com seu filho, retratada inicialmente como pano de fundo do filme, torna-se o ponto forte da trama.

Pensando bem, o filme até pode não ser inovador e criativo, mas se temos a opção de comprar de Hollywood sonhos que se tornaram reais ou tiros vazios, fico com a primeira opção. Prefiro um sonho bem vendido, desses que não exponham carros, roupas ou beleza, e sim que mostrem que o caminho para a felicidade pressupõe um objetivo seguido de luta. Para quem acha que a felicidade não é um destino, não se preocupe, antes mesmo que um objetivo seja alcançado, outros aparecem, o que faz da felicidade uma eterna jornada.
Postado por Andressa Cangussú

2 comentários:

Anônimo disse...

Com certeza uma fórmula de drama já conhecida,Dessa,mas acho que,pra os mais sensíveis,é sempre comovente e faz chorar!Torci até o fim e vibrei com a vitória de Will(se me permite também!)e o pior é que a felicidade parece às vezes correr da gente e estar sempre na contra-mão do nosso caminho, mas quem procura sempre acha!E a minha encontrei no quarto ao lado do seu!Sai refletindo do cinema,então valeu muito o filme,pois ficou algo!

Anônimo disse...

Gostei, é um filme que me fez ficar refletindo por um bom tempo e até mesmo mudou o meu ponto de vista em relação a determinados assuntos. Só achei que a palavra "happyness" com a grafia errada poderia em algum momento ter uma importância no decorrer do filme, tipo depois que ela fosse corrigida o Chris Gardner encontrasse o que ele tanto procura. Um pequeno detalhe que abriria mais uma brecha para interpretações. Acho que ficaria interessante esse tipo de simbologia.
=]