quarta-feira, 23 de maio de 2007

Deu a louca no Mel Gibson

Apocalypto (Idem, 2006)
Dir: Mel Gibson
Cotação: 8/10


“O Mel Gibson tá ficando louco?” Essa é a pergunta que muitos estão fazendo após associar as últimas atitudes do diretor ao seu filme mais recente, Apocalypto. A resposta pode até ser “sim”, mas se o resultado dessa loucura for filmes como esse...então que ele continue assim. Não que o filme seja uma obra-prima, inclusive não passa nem perto da lista dos meu filmes preferidos –passa até bem longe - , mas, por bem ou por mal, conseguiu me ganhar.

O filme narra a historia de Jaguar Paw (Pata de Jaguar no português), um índio que é capturado juntamente com seus companheiros de tribo e levado para uma espécie de cidade da civilização Maia (há controvérsias se o povo retratado é Maia ou Asteca), onde seria sacrificado. Motivado pela vontade de reencontrar sua mulher e filhos, que havia deixado para trás, Jaguar começa uma batalha pela sobrevivência cheia de perigos, ação e violência - e bota violência nisso.

As maiores críticas tecidas ao filme se referem exatamente ao fator violência. Realmente algumas cenas são desnecessárias e explícitas demais, forçadas até, mas algumas ajudam a compor o enredo de aventuras do filme e não devem ser julgadas negativamente por causa dos momentos de violência gratuita.

Seguindo a lista de críticas que o filme sofreu, impossível deixar de citar a “falta de verossimilhança com os fatos históricos”. Muitos são os que reclamam da falta de bases históricas da película, mas sinceramente não senti em Apocalypto o intuito de contar fielmente os percursos do povo Maia (ou Asteca); vi, sim, uma aventura que encontrou as mais diversas possibilidades nesse ambiente e que trata de coragem, superação e da dominação de um povo através de sua destruição interna. Frase inicial do filme: “Uma grande civilização não se conquista por fora sem que antes se destrua por dentro”.

Violento, surreal, que seja. O importante pra mim foi ter me feito torcer (e às vezes me retorcer) na cadeira, devido às fortes emoções. Uma parte de mim sentia a falta de um filme incômodo como esses. Prefiro os que incomodam de outro jeito, mais culto, mais pensante, mas deu “pro gasto”.

Mel Gibson tem um talento inegável para a arte do cinema. De qualquer jeito, melhoras para ele...

PS: As atuações são maravilhosas!
Postado por Andressa Cangussú

13 comentários:

Iulo Almeida disse...

Achei o filme, num todo, bem estranho. Primeiro porque eu tinha lido a sinopse e tinha entendido algo bem diferente, nada do que vi na tela. Mas isso foi falta de compreensão minha.
Ok, então agora o que eu realmente vi no filme. Achei os movimentos de câmera tão estranhos. Me senti num documentário do Discovery Channel ou do National Geographic. O pior é que não me passaram realismo, aquela sensação de presença no local do acontecido - o que suspeito ter sido intenção. Também me parece proposital a escolha 'fraca' dos filtros, a fotografia em si. O fato é que acho que daria pra se aproveitar melhor a temática, a história do filme, e se utilizar de filtros que favorecessem as cenas, as ambientações. Mais uma vez me senti assistindo ao Discovery Channel.
Devo dizer que achei excelente o trabalho da produção. Todos os atores tão bem caracterizados, tão parecidos; o que me deu a sensação de parentesco entre eles. Outro ponto forte foi o final do filme: fiquei impressionado como eles construiram toda aquela história e fecharam com a chegada da embarcação.
Pra dizer a verdade, o que salvou o filme e me disse alguma coisa foi o final.

Wiliam Domingos disse...

Exatamente Andressa...
ainda não vi o filme, mas a questão histórica pelo que eu li está bem distante de ser mostrada no filme! O povo maia é apenas um nome, afinal um povo precisa de nome...a finalidade é mostrar um conteúdo sem se voltar aos intuitos especificos de um determinado povo!
A questão da violência atrai muito o Sr.Gibson, as vezes eu gosto da ousadia, mas as vezes desgasta o filme....
Abraçoooo

Anônimo disse...

A real impressão que eu tenho é que o Gibson é um psicopata sanguinário e faz esses tipos de filme somente para alimantar esse distúrbio psicológico que ele carrega dentro de si. Será que ele foi violentado alguma vez quando criança? De qualquer forma, ainda me incomodo com a violência gratuita que ele faz questão de utilizar no filme. Acho que quebra um pouco o realismo e verossimilhança da produção que merece elogios pela construção da época e caracterização dos personagens assim como dos cenários. Acho que o Gibson precisa de um tratamento psiquiátrico, isso sim. Bjs Dedê, até mais!!!!!

Ronald Perrone disse...

Com certeza, foi o melhor Mel Gibson... não acho que seja nada de surpreendente, mas é um filme que diverte sem compromisso... gostei...

Gustavo H.R. disse...

Andressa, acho que você falou tudo ao dizer que APOCALYPTO é antes uma aventura do que um tratado com pretensões de desbravar a história. Sob esse prisma, o filme é eletrizante e sempre curioso. A violência às vezes parece gratuita, mas como entretenimento de ação Mel Gibson acertou em cheio.

Cumps.

Dr Johnny Strangelove disse...

Olha
não consegui ver esse filme ... mas se um amigo meu que faz história gostou do filme ... irei tentar ver
abraços e até mais

Túlio Moreira disse...

Divertido. Gostei mais que do filme anterior de Gibson. E não tem como negar que Jaguar Paw é o CLONEEEEE do Ronaldinho Gaúcho!!!! Isso torna o filme ainda melhor, hehehehe

abs e bom fim de semana!

Alex Gonçalves disse...

Andressa, de acordo!
Fiquei fascinado pela capacidade de Mel Gibson ter feito uma aventura épica de tanta adrenalina e equilíbrio, além de dedicar-se ao menos um pouco com fatos históricos (a cena do clímax responde por esse fator sem maiores explicações). Um filme que passou por todos as barreiras negativas que havia criado, e forte candidato a estar relacionado ao meu Top 12 de melhores produções exibidas em 2007 em nosso país. Fará muito sucesso em DVD por aqui, pois não teve lá tantas cópias disponíveis na tela grande.

Wallace Andrioli Guedes disse...

Apocalypto é um filme maravilhoso ! Por mais que as vezes soe meio preconceituoso em seu discurso (a frase que abre o filme é um exemplo disso), é uma mostra excepcional de como fazer cinema. Gosto bastante do Gibson como diretor, mesmo com algumas ressalvas.
Postei no blog sobre os filmes que assisti em abril. Dá uma olhada lá ...

Anônimo disse...

Não acho graça nos filmes do Gibson, quer dizer, graça eu acho... Divirto-me muito vendo os filmes dele. Para mim são comédia pura com pitadas de violência bemmm gratuita. Tirando todo o preconceito que vem impregnado nos 2 filmes produzidos por ele e que vi, acho que Gibson não é um diretor a ser levado a sério.

Unknown disse...

será que algum de voces que criticam o filme faria melhor? não respondam só pensem.

lima disse...

acho que se esqueceram que este é um filme, não um documentario para relatar os fatos na integra, a proposito quais foram os preconceito que encontraram nos filmes criados por meu gibson,
primeiro no filme de cristo ele colocou simplismente o que a biblia relata.
acho que é melhor muitos aqui voltar a assistir os filmes da xuxa...

Alan disse...

Violento demais?? Em que mundo vcs vivem?? Isso aí é a raça humana.Isso é a realidade. Talvez muito distantes de intelectuloides. Vcs querem uma cena bonitinha?? assistam comercial de doriana. É so o que me faltava. Tem 4 anos que queria assistir esse filme, vi agora e achei sensacional. Quem dera nos como seremos humanos refletissimos sobre nossa essencia de dominação.