domingo, 1 de abril de 2007

Ponto para Woody Allen!

Ponto Final (Match Point, 2005)
Dir: Woody Allen
Cotação: 9/10




Um homem que se apaixona pela namorada do amigo. Cobiça, ambição, traição, crime. Alguma novidade? Todas. Woody Allen consegue fazer de um tema super explorado (inclusive anteriormente por ele) um surpreendente filme – e bota surpreendente nisso.

Vou evitar sinopses, pois espero que todos tenham a chance de ver por si mesmos as esplêndidas reviravoltas proporcionadas pelo roteiro sem que eu tenha a chance de estragá-las. Preciso ressaltar, entretanto, coisas que me chamaram a atenção ao longo da película.

A primeira delas a contrastante trilha sonora. Assistindo ao filme com amigos, ouvi o tempo todo: “lá vem a ópera de novo!”. Sim, é a dramática ópera que permeia os mais diversos momentos do drama. O incômodo que gera é proposital e totalmente cabível ao se constatar que as músicas acompanham a intensidade das cenas, sendo mais lentas nas de maior melancolia e romance e com tons mais altos durantes as de clímax.

Há de se destacar também as interpretações de Scarlett Johansson (Nola Rice) e Jonathan Rhys-Meyers (Chris Wilton). Ela, que tem sido amplamente usada por diretores em papéis feitos para mostrar sua beleza, teve em Match Ponit uma grande chance de mostrar talento e o fez. Já ele, sem exageros, apresentou uma das interpretações mais impecáveis à qual já tive acesso; com um personagem complexo nas mãos, o executa de forma sóbria e fugindo ao máximo dos estereótipos, o que faz – juntamente com o roteiro – com que torçamos para o protagonista da trama mesmo ao percebermos suas falhas de caráter.

Por fim, impossível deixar de citar o fio condutor do filme que é a sorte. Logo no início Chris cita “Eu prefiro ter sorte do que ser bom”, e é exatamente essa a idéia trasmitida até o fim da película: suas ações, sejam elas boas ou ruins, estão diretamente ligadas à sua sorte – premissa confirmada pelo maravilhoso eco que liga a primeira cena do filme ( bola de ténis) à outra cena, semelhante a esta, que envolve uma aliança.

Por competência – e quem sabe uma pitada de sorte – Allen marcou mais um ponto em sua carreira, mas ao contrário do que sugere o título, parece estar longe de ser o último.
Postado por Andressa Cangussú

3 comentários:

Anônimo disse...

eu estava no dia dessa sessão ai.
e posso afirmar.. 'lá vem a ópera de novo' foi a resenha. [ sem contar q teve uma lá q deu uma de cantora de ópera..]
tudo bem. nem vou querer assustar.. com suas 10 horas de filme, mais foi bem legal.
muito bom mesmo.

muito lindo o blog. as criticas estão excelentes.
beijo povo!

Anônimo disse...

e num é mentira não.. eu gostei mesmo.

Anônimo disse...

Fala ai Dessa se n eh bom ver um filme q poderia se tornar um saco de cliches, mas n mao da pessoa certa se mostra um filme surpreendente! Allen é fantástico e aquele final é muito bom e, pq n dizer, corajoso? Ótimo seu texto.